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Instalação Obra Viva | Labirinto
date.
2025
city
Évora, Portugal
size.
Construction 10m x 10m x 1.70m
Project type
Site Specific Installation
Obra Viva | Labirinto, é uma Instalação Artística que resulta de experimentos poéticos que a artista desenvolve na sua pesquisa, focando a relação entre os seres humanos com os seres mais que humanos, a nossa ancestralidade e a descolonização do pensamento. Olhar para o passado para compreender em profundidade o presente e construir um futuro mais harmonioso e colaborativo. Entendendo que nós somos a natureza, assim como a nossa inseparabilidade enquanto seres vivos habitantes do ecossistema terrestre.
Somos seres cíclicos e não lineares, feitos de finalizações e recomeços constantes.
Aprendemos a respirar com as plantas, a nadar com os peixes, nossos ossos são feitos de minerais. Estamos em relação constante e existir é fundamentalmente relacional. A Obra Instalação cria um diálogo em que dois materiais conversam através do tempo: o Tijolo de Burro e o Tijolo de Micélio.
Um é feito de terra compactada, extraída do solo, oriundo de uma antiga casa em ruína datada do século XIX em Alpiarça na região de Santarém em Portugal (onde muitas pessoas viveram suas histórias), o outro é substrato inoculado com fungo filamentoso - o Micélio - que cresceu e se estruturou através das suas tramas - desenvolvido em parceria com departamento de Biologia da Universidade de Évora.
As suas tramas fazem a ponte para outras temporalidades em que a colaboração é palavra de ordem e a simbiose entre diferentes reinos acontece.
Ambos são processos de trabalho artesanal que envolveram a colaboração tanto dos humanos, quanto dos mais que humanos, na sua criação.
A sua forma labiríntica, inspirada nos caminhos de conexão criada pelos filamentos de Micélio, convida a uma experiência simbólica do vagar e do entregar-se a um percurso espacial em que o destino é incerto e acontece no agora.
O Labirinto, assim como a encruzilhada, nos apresentam as diversas possibilidades de percurso e de escolhas que fazemos durante a vida. E cada um deles nos guiam a diferentes experiências.
O caminho é o poema (como diz o poeta Mário Cesariny) e pertence ao presente, habitante do instante-já que nos guia. Aqui o tempo é outro, habitado pelo silêncio de quem se entrega à abertura de novos portais, dentro e fora de si próprios. A recomendação é simples: usufruam deste momento sem pressa e conectem-se a tudo aquilo que vos cerca, inclusive a si próprios.
Para a inauguração será performado o ritual poético «A pedra fundamental», inspirada nos antigos rituais de alocação da primeira pedra em construções arquitetónicas, demarcando simbólica e espiritualmente, o início ou inauguração de uma construção. Serão explorados também neste percurso, os textos e sonoridades oriundos desta pesquisa.
Saravá.

